segunda-feira, 7 de abril de 2014

Hegel, sobre o trabalho

Com o advento das máquinas o homem anula sua própria atividade formal e faz a máquina desempenhar por ele todo o seu trabalho. Mas essa astúcia que ele pratica contra a natureza, e com a ajuda da qual permanece fixo dentro da particularidade da natureza, não se dá sem uma vingança. Pois, quanto mais ele se beneficia da máquina e subjuga a natureza, tanto mais degradado ele próprio se torna. Ao fazer a natureza trabalhar por meio de diversas máquinas, o homem não supera a necessidade do seus próprio trabalho, mas somente retarda tal necessidade e afasta o seu trabalho da natureza. O seu trabalho já não é aquele de um ser vivo orientado a objetos vivos, mas algo que escapa dessa vitalidade negativa. O trabalho que lhe resta se torna maquinal. O homem reduz o trabalho somente para a sociedade como um todo, não para o indivíduo. Ao contrário, ele o aumenta, uma vez que, quanto mais mecânico o trabalho, menos valioso ele se torna, e mais precisa trabalhar para compensar essa deficiência. (...) Desse modo, o homem se faz cada vez mais mecânico, sórdido e sem espírito pela abstração do trabalho. O espiritual, a vida plena e autoconsciente, converte-se em vazio labor.

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