segunda-feira, 25 de junho de 2012

Eliseo Diego, ARTESÃOS

Pules e pules, vês, o duro verde
até que enfim brota. Quiseste dar-lhe
forma de pétala.
                           (Mais tarde
alguém, sagaz, dirá: o machado
tem forma de petala.)
                                    Sozinho
pules e pules na luz de outubro
até que asoma a alma da pedra
num hoje sorridente.
                                    Longe
está o amanhã, como longe
o ontem ficou contigo.
                                      Só a alma
sorridente da pedra verde
brilha no hoje de sempre.

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