terça-feira, 27 de março de 2012

Carlos Nejar, poeta (A foz e o curso)

Não sei de amor que amor me sabe a tudo
e dele o tempo move o seu contento
e não há perda quando amor sustento
e se desfaz a foz e o curso é mudo,


o curso é mais durável do que o mundo
e cerce o tempo: amor e banimento.
Acaba nos confins, da morte o cedro,
porém o amor aponta seu verdugo.


E amor não desalenta o que conserto,
por mais que o destemor nele se afronte
e natureza e amor é o mesmo vulto.


Não sei amor que amor me sabe tudo
e tudo convenceu-me de estar longe
e de longe o mais perto que carrego.

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