terça-feira, 27 de março de 2012

Carlos Nejar, poeta (Formoso é o fogo)

Formoso é o fogo e o rosto
da amada junto a ele.
No lume de seu corpo
tudo em redor clareia.


Depois o que era fogo,
é espuma que se alteia.
E o mundo se faz de novo
nas curvas da centelha.


Já não existe esboço,
mas desenhos, e teimam
-- unos e justapostos.


Já não existe corpo:
são almas que se queimam
no amor de um mesmo sopro.

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