sexta-feira, 21 de março de 2014

Isaiah Berlin, sobre ideias que governam o mundo

Há mais de cem anos, o poeta alemão Heine alertou os franceses para não subestimarem a força das ideias: os conceitos filosóficos nutridos na quietude do gabinete de um professor poderiam destruir uma civilização. Ele falou da Crítica da razão pura de Kant como a espada com que o deísmo alemão foi decapitado, e descreveu os trabalhos de Rousseau como a arma manchada de sangue que, nas mãos de Robespierre, havia destruído o Antigo Regime...(...) Mas, se os professores podem verdadeiramente manejar um poder assim fatal, não será também o caso de que somente outros professores ou, ao menos, outros pensadores (e não governos ou comissões parlamentares) podem desarmá-los? Nossos filósofos parecem estranhamente inconscientes desses efeitos devastadores de suas atividades.

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