terça-feira, 2 de abril de 2013

Paul Auster, poema 22 do livro DESTERRAR

22.

Os mortos morrem ainda: e neles,
os vivos. Todo o espaço
e os olhos caçados
pelos frágeis instrumentos, confinados
a seus hábitos.
Respirar é aceitar
essa falta de ar, o único alento,
buscamos nas frestas
da memória, no lapso que fende
essa língua de rusgas, sem a qual a terra
teria concedido augúrio de maior vigor
por arrasar os pomares
de pedra. Nem
o silêncio me persegue.


Tradução: Caetano Galindo.

2 comentários:

  1. lindo poema, que em seus obstaculos e lacunas nos dizem o significado da vida e morte

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  2. lindo poema, que em seus obstaculos e lacunas nos dizem o significado da vida e morte

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