sexta-feira, 2 de agosto de 2013

365 dias com poesia, 02 de agosto de 2013 -- Ratos e rúcula



Ratos e rúcula

Num lugarejo onde as horas eram segredos
Homens e mulheres se mantinham comendo de tudo
Raízes ratos rúcula
E por incrível que pareça
Eram felizes
Dentro da ingenuidade da necessidade absurda
Necessidade por tudo que pudesse mantê-los vivos
Esqueciam as palavras que engoliam por não poderem pensá-las
Esquecendo-se de nutri-las de consumi-las
Não morreram
Mas também não se deixaram para a eternidade

(só foram descobertos pelas ossadas raras)

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