quarta-feira, 6 de março de 2013

Rubén Darío, poeta nicaraguense -- O FATAL

Feliz a árvore que é somente sensitiva
E muito mais a pedra dura que nem sente,
que dor maior não há do que a dor de ser vivo
nem mais funda pena do que a vida consciente.

Ser e nada saber, e ser sem rumo certo,
e o temor de haver sido e um futuro terror...
O espanto inevitável de amanhã estar morto,
e sofrer pela vida e pela sombra e por

tudo que mal sabemos e mal suspeitamos
e esta carne que tenta com seus racimos frescos
e a tumba que aguarda com seus fúnebres ramos
e ignorar aonde vamos e de onde foi que viemos!...


(Tradução: Thiago de Mello).

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