sábado, 2 de março de 2013

Carlos Germán Belli, poeta peruano -- CEPO DE LIMA

Como crista de galo apunhalado
uma vasta, pelanca granulada
excessiva lhe pende na garganta

e na sola das minhas duas plantas
cascões, que não de gesso, mas de carne
como murchos escombros de uma casa.

Mas por que estes cascões, ásperos montes
e tão feia pelanca, mal meu grado
se magro nem curvado velhos sou?

E por teu cepo, ai Lima, muito sei
que tanto berço quanto tumba é sempre
para quem nasce, vive e morre aqui.


(Tradução: Thiago de Mello).

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