sábado, 3 de outubro de 2015

Otake -- Plácido, poema: estações II

estações II

Esse agosto que trago em mim
Gosto de desgosto na saliva
Cheiro de solidão
Sempre tem algo de primavera
Uma chuva com arco-íris, talvez
Pingos me lembrando lágrimas
Que rimo em palavras fáceis de serem ditas, às vezes
Sempre difíceis de serem escritas
Porque se fixam para sempre nos olhares invernais
Invejo a preguiça dos sem emoção
(aqueles que de tanto negarem-se já não sabem quem são)

Que vivem apenas esperando a chegada do sol que lhes dê sombras

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