quarta-feira, 28 de maio de 2014

365 dias com poesia, 28 de maio de 2014 -- UM DIA



UM DIA

Um dia, quando tiver tempo ou condição, escreverei
um romance. Não um romance de capa e espada ou de
amor, um romance meio como nossos tempos, sem
compromisso, sem cuidado, sem carinho com pessoas ou
palavras. Não capricharei de propósito, serão parágrafos
misturados às dores de fato. Não será escrito em outra
pessoa que não a minha, romance totalmente na primeira
pessoa.
Relembrarei casos e ocasiões, amigos e os safanões
que a vida me deu, por ter essa louca mania de querer me
comunicar (não temo vento, momento, não temo nada
para me fazer alcançar). Desconheço dificuldade, essa,
talvez, minha maior ingenuidade...Característica que
assusta e humilha os desconfiados de suas habilidades,
alguns inclusive preferem destacar minha falta
de tato, como se pudessem esconder o medo da chuva...
(impressionante o medo de saliva e ideias que temos.
Todos tememos descobrirem uma das únicas verdades,
desconhecemos por completo nosso jeito com os novos
acontecimentos que certamente virão nos causar dor...).
Continuarei escrevendo sem me importar com a
opinião dos especialistas em detonar a especialidade dos
outros, sábios que, de tão treinados em escrever, não
escrevem por receio de ensinar seus dotes ou truques
aprendidos durante a vida (gostaria de saber que livro
ensina a viver?).
um dia, quem sabe, um dia terei condição mínima de
não copiar os erros de ninguém e ao escrever conseguirei
demonstrar que aprendi olhando o passado mas desejando
o futuro... quem sabe descubra que o muro de
ilusões e calos que construí não foi em vão e que nele
conseguirei subir para avistar algo que não seja inveja,
calúnia e difamação!
um dia, quem sabe, um dia…

Niterói, em 28/05/2010.

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