terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Retrospectiva de Junho de 2011 -- Testamento Verde de Carlos Nejar

TESTAMENTO VERDE

Para Carla Carpi Nejar

Tudo o que é humano sabe a espelho. A luz real apenas reflete.
O nosso nome é igual, sou tão precário mas sabes que te amo.
Perece o sonho, se não o regamos. A chuva é o instante de ser nuvem.
E me fui despindo dos adornos, dos taciturnos ódios.
Os meus puídos anos,com os sapatos. O patrimônio de palavras e cuidados.
Talvez o patrimônio de silêncio.
E que a inteligência seja flecha, mas saiba repousar. Impávido ou adverso, em nós se funde o tempo e o universo é um sigilo, um informe secreto.
E quando venta, estou perto, percebes. A lei morre em seu peso. A dor se esgota.
É no simples que as coisas são completas
E, filha, importa resistir sob o pavio dos ossos
Refazer a vida, tantas vezes, quanto a vida doer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário