quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Sonetinho do falso Fernando Pessoa, de Carlos Drummond de Andrade

"Onde nasci, morri.
Onde morri, existo.
E das peles que visto
Muitas há que não vi.

Sem mim como sem ti
Posso durar. Desisto
De tudo quanto é misto
E que odiei ou senti.

Nem fausto nem Mefisto,
À deusa que se ri
Desse nosso oaristo, (conversa íntima)

Eis-me a dizer:assisto
Além, nenhum, aqui,
Mas não sou eu, nem isto.".

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