segunda-feira, 16 de julho de 2012

Gastão Cruz, DEPOIS DUM SONHO

Não deixaste o deserto mas
árvores na casa Em sonho és
o sedutor arbusto reflectindo
para sempre o meio-dia O sol
porém desfaz-se quando as pálpebras
num ardor se entreabrem e te ocultas
nos ângulos do quarto Ausente
é pois o centro
feroz da minha vida transitas
como sempre fria no ventre
contraído escondes-te na
floresta que sem cessar se expande
onde dormíamos E erras
nos limites duma casa
destruída por raízes

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