terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

consciência

Numa manhã um bebê nasceu
a sede de saber dos pais o acolheu
doeu?
doeu
na água era mais fácil nadar
a demora da caminhada
às vezes leva uma vida inteira de nada
e a sorte de nascer na família certa
com a dose diária de amor
sempre fez, faz e sempre fará a diferença
a escola ensina que os amigos existem
mas
muitas vezes as críticas
acabam ensinando mais
muito mais queremos
e muito mais iremos lutar para
obter
o quê com quem, onde e quando
são perguntas de que não nos livramos facilmente
e a vida segue frequente na rotina que nos alivia de pensar
(para quê preciso de arte?)
dizemos todos
quase todos que no momento certo saberemos como nos expressar
só que a falta de treino muitas vezes acontece naquele momento crucial em que deveríamos ter aprendido a nos posicionar
não houve conversa
não houve som
agora só há solidão
beber?
comer?
foder?
ou correr?
para onde e de quem?
nos escondemos em nossas ilusões
e muitas vezes em ações torpes
que nada resolvem e nos atrasam na busca por saber quem somos
e até onde alcancei é aí que mora o perigo
de repente nos vemos aflitos
sem amigos
sem parentes
em quem confiar
sem ninguém
e como queremos ser alguém sem ter com quem brigar?
novamente a rotina nos impede de nos motivar e na maioria
das vezes escolhemos em qual evento iremos descontar
fulano é metido!
sicrano é bicha!
o síndico ladrão!
a cantora sapatão!
e a vida continua seguindo sem emoção
ou com a emoção adulterada por drogas, lícitas ou não, e opiniões sobre relacionamentos de pessoas que nem ao menos conhecemos (?)
loucura de uma sociedade totalmente pirada na ânsia exagerada pelo sucesso imediato
cansado disso tudo resolvi um dia por exaustão fazer um primeiro poema em homenagem ao meu irmão falecido, chamado Frederico e bom... cá estou a falar da dor de viver consciente

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