quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

VIVA CECÍLIA! (7)

"...A um poeta morto

Um pranto existe, delicado,
que recorda amoravelmente
o infindável adolescente
que um dia esteve ao nosso lado
--- e para sempre foi presente,
por seu rosto de desterrado,
seu sofrimento sossegado
e, por discreto, mais pungente.

Um pranto existe, que não chora,
por mais que seja aflito e estreme,
unicamente porque teme
ferir-lhe a sombra, livre agora,
que noutras solidões procura
sua divina arquitetura.

(Que pranto existe, delicado,
ou que lamento de ternura
que lhe não dê nenhum cuidado?)..."


Nenhum comentário:

Postar um comentário