domingo, 3 de outubro de 2010

DESPERTADOR

O sol nasce, meus olhos já estão abertos desde as quatro e meia, quase sempre espreito o amanhecer, já o conheço com a intimidade indesejada dos que são instados a lutar com as palavras -- os escritores são loucos por acreditarem naquilo que escrevem, os poetas mais pois acreditamos que mudaremos algo nesse mundo doido --, o silêncio das ruas se vê atrapalhado pelos passarinhos brigando pelo novo dia, os caminhões que abastecem o mercado buzinam, a banca de jornal range, a farmácia começa a funcionar, finjo acordar com o despertador, escovo os dentes, posto um poema, tomo café e saio, pressentindo que se não escrevesse dormiria mais tranquilo...



Abraços, Marco.

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