segunda-feira, 24 de outubro de 2016

366 dias com poesia, 24 de outubro de 2016 -- fumaça de fogão



fumaça de fogão

Aos mestres do Chef’s table

Sal brócolis e pimenta
O último espetáculo de ballet e a urgência...

Na cabeça dum chef não há só comida há arte há a vontade de eternidade...

De repente dum ballet visto surge um prato de metade pato metade frango
E de uma rocha numa ilha no sul da França recheada de algas surge um prato lindo com gosto típico

Aquelas mãos seguiram uma cabeça abençoada por pensamentos em movimentos

Quase não é necessário um fogão porque o fogo interno que queima queima tudo inclusive os alimentos

Com poucos produtos faz arte
Reproduz passados
Inventa presentes
Nos deixa ansiosos pelo futuro

Sinfonia de gostos

Em suas mãos treinadas
pingo é letra
palavras salgadas são orações

Um mestre cuca é mestre porque usa a cuca
Não faz apenas por fazer
Aliás ninguém deve viver por viver

Imitando o mergulho do peixe voador devemos voar e mergulhar
Como se precisássemos de ar
Para nos destacar sendo nós mesmos
Sendo extremos de sabor
Sem temer a opinião dos que ficam sentados esperando a hora da ceia
Apenas esperando a hora da ceia
Apenas esperando a sobra da ceia alheia
Deixamos de ser humanos e passamos a fumaça de fogão fantasmas sem emoção

Nenhum comentário:

Postar um comentário