Quem escreve os meus actos? Quem escreve a minha morte?
Vês a raiva? Quem a sente?
Esta
suástica imóvel, congelada, morta -- a roda da vida invertida, a vida
ao avesso, do cara-atrás, que andamos a viver -- todo este mal, quem
sente por detrás disto? -- e esta raiva de estar preso, perdido, num
labirinto de cristal, impecavelmente invisível -- eu empurro esta parede
de vidro -- eu dou um murro neste gelo. E o meu pulso fica preso à
rocha -- que amputaria a minha mão à dentada, se para isso as mandíbulas
ainda tivessem força. Espreito para o outro lado e vejo-me a mim mesmo
reflectido. Por todo o lado. A minha fome cristalizada sob a forma das
paredes da prisão que criei para mim mesmo -- esta rocha que é uma
sereia gélida, subaquática, um penedo em vez dum coração -- e um coração
em vez de nada...".
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