domingo, 7 de abril de 2013

Paul Auster, INCENDIÁRIO

Incendiário


Horas sílices. O espalhar-se mudo
das pedras em torno a nós, coração
contra coração, nós no pontão
de palha
que apodrece ao longo do úmido
lapso da noite.

Nada resta. O olho frio se
abre ao frio
enquanto uma imagem de fogo
devora
a palavra que
se esbate em tua boca. O mundo
é
o que quer que lhe deixes, és somente
tu
no mundo que meu corpo
penetra: este lugar
onde tudo é carência.


Tradução: Caetno Galindo.

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