(I) mortalidade
Ao meu pai, Jorge
Naquela época
Uma chuva dessas
Não me assustava
Corria em direção ao vento
E me molhava inteiro
(fiz isso várias vezes, tantas que até perdi a conta!)
Cabelos escorrendo pelo peito vazio de sabedoria
Ria muito sem pensar num raio num buraco
Sem pensar em nada
Apenas corria e nadava
(uma vez fiquei durante uma tempestade pegando onda até tarde, grande sensação de imortalidade)
Nadava e levava cada soca
E sorria sem parar para pensar
Depois ensopado voltei com o dever cumprido de menino que desafiou a morte e foi feliz
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