quinta-feira, 4 de abril de 2013

Paul Auster, ANTE-VISÕES

Ante-visões

Eu te inspiro.
Eu te extraio de mim calmaria.
Eu te atonto no toque
da luz irmanada.
Eu te aleito
até a última gota do desastre.

O céu me prende uma estrela errante
ao peito. Eu vejo o vento
em testemunha, a noite imensa
desabada
em labirinto de carvalhos,
a distância.

Eu te assombro
até à beira-mágoa.
Eu ordenho tua força.
Eu te desafio,
eu te deusifico
por nada e
por ninguém,

eu me torno
teu necessário e mais violento
herdeiro.


Tradução: Caetano Galindo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário