Ante-visões
Eu te inspiro.
Eu te extraio de mim calmaria.
Eu te atonto no toque
da luz irmanada.
Eu te aleito
até a última gota do desastre.
O céu me prende uma estrela errante
ao peito. Eu vejo o vento
em testemunha, a noite imensa
desabada
em labirinto de carvalhos,
a distância.
Eu te assombro
até à beira-mágoa.
Eu ordenho tua força.
Eu te desafio,
eu te deusifico
por nada e
por ninguém,
eu me torno
teu necessário e mais violento
herdeiro.
Tradução: Caetano Galindo.
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