dor
A Fernando Pessoa
Sendo
dor
sinto os dedos tremerem
os dedos do poeta que geme
a sabedoria de sentir-me presente
os leitores sentem-me latente
dor do poeta entristecido
pela existência que finge
em pingos
que espremo sendo razão
nas calhas de roda
comboio de corda
do poeta que se chama coração
sinto os dedos tremerem
os dedos do poeta que geme
a sabedoria de sentir-me presente
os leitores sentem-me latente
dor do poeta entristecido
pela existência que finge
em pingos
que espremo sendo razão
nas calhas de roda
comboio de corda
do poeta que se chama coração
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