sacanagem
À
memória de Carlos Frederico
Onde
está aquele sacana que distribuía apelidos e cheirava bem a pampa?
Onde
está aquele amigo de cabelos encaracolados, botas de cano alto e sorriso cirúrgico?
Onde
está o sacaneta que adorava no futebol me dar bola debaixo das canetas?
Onde
está o irmão que tive e que não esqueço?
Se
estivesse aqui estaria triste em suas (in)certezas? Ou brigaríamos a muque pelas
nossas (in)certezas extremas?
poema
(tinha
feito um poema bonitinho
Em
homenagem ao meu irmão
Mas
Estava
muito racional demais e eu gosto de emoção
Ele
não continha o peso da saudade de dezessete anos
E
de repente essa saudade veio no meio da noite e me invadiu
As
lágrimas procuravam os ouvidos
Que
não queriam ouvir água
Queriam
ouvir uma voz que já não lembro
E
isso também é triste
De
qualquer modo queria dizer para você meu irmão o quanto de saudade existe você
sabe quanto Juan sofre? E Bruninho?
Andréa
Angélica Luiz e os meninos também (e muito)
Mesmo
sem te conhecer eles sentem sua falta e expressam isso nas poucas vezes em que
tenho coragem de contar algumas de suas histórias (porque doí muito lembrar de você tão moço e sem poder ao menos te agarrar)
Luiz
foi na festa de aniversário de Giló e foi beijado por todos os seus amigos que
diziam sentir falta dele quando na verdade sentiam falta de você
Nosso
pai então não há palavras para definir o quanto sua ausência afetou sua vida
que ele leva com a coragem dos teimosos (Ele fez do escritório um santuário de fotos suas)
Tanta
coisa aconteceu nesses dezessete anos (as crianças adoram meu amigo Luciano como te adoravam) espero somente
que você esteja bem e espere por nós junto com a mamãe beijos e abraços em vocês
e fiquem em paz)
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