(...) Abra-o como quem abre uma caixinha de música ou um pacotinho de suspiros. Eu sei que você não irá se arrepender.
Uma peneira, um caixote e duas latas de goiabada; quem seria capaz de construir um mundo a partir desses objetos? Duas crianças, duas histórias e muita fantasia farão desses objetos aparentemente despropositados personagens de um mundo mágico e, ao mesmo tempo, profundamente real. É Manoel de Barros, no seu melhor estilo, extraindo poesia daquilo que é supostamente vazio; compondo os seus "milagres estéticos" com o carinho de quem pinta uma obra de arte. Através de duas histórias -- "O menino que carregava água na peneira" e "A menina avoada" --, o poeta mergulha no imaginário infantil e nos revela toda a poesia e o lirismo que estão por trás daquilo que os adultos costumam chamar de ingenuidade.
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