quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

365 dias com poesia, 13 de fevereiro de 2014 -- bichos humanos -- Poema inédito



bichos humanos

A Santiago Andrade

Lendo um mestre poeta
Pensei
A dor de envelhecer não deve ser dita
Muito menos escrita
Posto que é chama
Inflama a dor de saber-se cada vez mais só
Dó de peito num leito de rio estio estilo
Rimas frágeis como a vida
Que se acaba num suspiro
Como essa do jornalista
Numa explosão de desamor
Signo da juventude sem direção sem mãe pai sem
Irmãos que pudessem paralisar o ato de ignorância
Simples desamor mesmo sem rimas possíveis
Simples vontade de parar de escrever para não sofrer
Envelhecendo de saber ser impossível a melhora humana
Por falta de reconhecimento da condição humana que trazemos
Escolhemos ser bichos de pretensão mesquinhez e insensatez
Quando poderíamos ser apenas um som

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