terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Seamus Heaney, CAVAR

Entre o dedo e o dedão a cabeta
Parruda pousa; como arma paga.

Sob minha janela, um som raspante e claro
Quando a pá penetra a crosta do carvalho:
Meu pai, cavando. Olho para baixo.

Até seu dorso reteso entre os canteiros
Encurvar-se, brotarem vinta anos atrás
Dbrando-se em cadência nos batatais
Onde estava cavando.

Achanca aninhada no rebordo, o cabo
Alçado contra o joelho interno com firmeza.
Ele extirpava talos altos, fincava o fio luzidio
Para espalhar batatas novas que colhíamos
Adorando a fresca dureza nas mãos.

Por Deus, o velho sabia usar uma pá.
Tal qual o velho dele.

Meu avô cortou mais turfa num dia
Do que outro homem no pântano de Toner.
Uma vez leveileite numa garrafa
Mal rolhada com papel. Ele aprumou-se
Para bebê-lo, e em seguida pôs-se a
Talhar e fatiar com precisão, lançando
Torrões nos ombros, indo mais embaixo atrás
Da turfa boa. cavando.

O cheiro frio de barro de batata, o chape e o trape
De turfa empapada, os curtos cortes de um fio
Nas raízes vivas despertam em minha cabeça.
Mas pá não tenho para seguir homens como eles.

Entre o dedo e o dedão a caneta
Parruda pousa.
Vou cavar com ela.


DIGGING

Between my finger and my thumb
The squat pen rests; snug as a gun

Under my window, a clean rasping sound
When the sapde sinks into gravelly ground:
My father, digging. I lo digging.


Till his straining rump among the flowerbeds
Bends low, comes up twenty years away
Stoping in rhythm through potato drills
Where he was digging.

The coarse boot nestled on the lug, the shaft
Against the inside knee was levered firmly.
He rooted out tall tops, buried the brigth edge deep
To scatter new potatoes that we picked
Loving their cool hardness in our hands.

By God, the old man could handle a spade.
Just his old man.

My grandfather cut more turf in a day
Than any other man on Toner's bog.
Once I carried him milk in a bottle
Corked sloppily with paper. He straightened up
To drink it, then fell to right away
Nicking and slicing neathy, heaving sods
Over his shoulder, going down and down
For the good turf. Digging.

The cold smell of potato mould, the squelch and slap
Of soggy peat, the curt cuts of an edge
Through living roots awaken in my head.
But I've no spade to follw men like them.

Between my finger and my thumb
The squat pen rests.
I´ll dig with it.


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