Esta noite
sozinha, a alma
cheia das infinitas amarguras e agonias de tua morte,
separado de ti mesma, pela sombra, pelo tempo
e a distãncia,
pelo infinito negro
que nossa voz não alcança,
só e mudo
pela senda caminhava,
e se ouviam os latidos dos cães para a lua,
para a lua pálida
e o coaxar
das rãs...
Senti frio; era o frio que tinham na alcova
tuas faces e tua fronte e tuas mãos adoradas,
entre as brancuras níveas
dos mortuários lencóis!
Era o frio do sepulcro, era o frio da morte,
era o frio do nada...
E minha sombra
pelos raios da lua projetada
ia sozinha
ia sozinha
ia sozinha pela estepe solitária!
E tua sombra esbelta e ágil,
fina e lânguida,
como naquela noite tíbia da morta primavera,
como naquela noite cheia de perfumes, de murmúrios
e de música de asas,
veio vindo e foi com ela,
veio vindo e foi com ela,
veio vindo e foi com ela...
Oh as sombras enlaçadas!
Oh! as sombras que se buscam e se juntam
nas noites de negruras e de lágrimas.
A MELHOR tradução desse poema que eu vi até hoje. Se foi você, parabéns, se não foi, gostaria de saber quem é, porque realmente está muito boa =)
ResponderExcluirAbraços
Desculpe te responder só hoje, Tati. Mas essa tradução, se não me engano, é do poeta Thiago de Mello, mestre dos mestres. Obrigado pela participação. Tenho também um facebook com poemas, que se chama: Pensamentos e Muitos Movimentos. Abraços! Marco Plácido.
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