Avança desarmado como o bosque e sem ser detido como
a nuvem, ontem carregou um continente e mudou o mar
de lugar.
Traça o avesso do dia. Dos pés produz um dia e da noite
empresta um calçado e espera pelo que não virá. Ele é a
física das coisas. Conhece-as, chama-as por nomes que não
revela. Ele é o real e seu contrário, a vida e a não vida.
Ali onde a pedra vira lago e a sombra cidade, ele vive -- e
faz errar o desepero, apaga o chão da esperança, dança
para o pó até que este boceje e dança para as árvores até
que elas drumam.
Ei-lo a anunciar o cruzamento das pontas, a imprimir o
signo da magia na fronte da nossa era.
Enche a vida sem que seja visto. faz da vida espuma e
mergulha nela. Transforma o amanhã em caça, corre
atrás dela em desespero. Inscritas, suas palavras seguem
rumo: à perdição à perdição.
A confusão é sua pátria, mas tem os olhos cheios.
Assusta e conforta
exala terror transborda ironia
descasca os homns como cebola.
Ele é o vento que não volta atrás, a água que não retorna
à fonte. cria sua espécie a partir dele mesmo. Não tem
ascendentes, saus raízes estão em seus passos.
Caminha no abismo e tem o porte do vento.
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