Uma noite,
uma noite toda cheia de perfumes,
de murmúrios e de música de asas,
uma noite,
em que ardiam na sombra nupcial e úmida,
os pirilampos fantásticos,
a meu lado, lentamente, contra mim unida, toda,
muda e pálida
como se um pressentimento de amarguras infinitas,
até o fundo mais secreto de tuas fibras te agitasse,
pela senda que atravessa a planura florescida
caminhavas,
e a lua cheia
pelos céus azulados, infinitos e profundos espalhava
sua luz branca,
e tua sombra
fina e lânguida
e minha sombra
pelos raios da luz projetada,
sobre as areias se abraçavam
e eram uma
e eram uma
e eram uma única sombra longa!
E eram uma única sombra longa!
E eram uma única sombra longa...
(continua)
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