um poema inicia no saguão
de um hotel e termina com um
cílio sobre um para-lama ele
gira sobre um banco de bar
para baixo da pele de jacará dos
pântanos segue os afluentes
do rio copo adentro até que ele
vire sobre a borda do balcão um
joelho com gosto de gim
um poema sobe como as
bolhas de ar da boca de álguem
se afogando e se deixa
socar numa bolsa com
as nuvens que ainda estão
passando é como a paciência
da água ao anoitecer a dose
de lemon que falta um poema
inicia sob os dedos do
pianista e termina com um
mosquito
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