quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Aurelio Arturo, ARRULHO

A noite está muito atarefada
Em balançar uma por uma
tantas folhas.
Mas não são todas
que dormem.

Com a ajuda das estrelas
estremece e tilinta a infinita
dança eterna.

mas quem pode adormecer
tantas,
Se já vai subindo o dia pelo rio?

Onde canta este país
das folhas
e este arrulho da noite
profunda?

Pelo lado do rio
vêm os dias
de buço dourado,
vêm as noites
de lábio fino.

(onde o belo país dos rios
que abrem caminhos
ao vento claro
e ao canto?)

A noite trabalha tanto
Para balançar uma por uma
Tantas folhas.
E as folhas não dormem
todas.

Ah, se as estrelas ajudam...
Mas umas há que se escondem,
há umas folhas , umas
que nunca entrarão na noite,
nunca.

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