HEROÍSMOS
Eu
temo muito o mar, o mar enorme,
Solene,
enraivecido, turbulento,
Erguido
em vagalhões, rugindo ao vento;
O
mar sublime, o mar que nunca dorme.
Eu
temo o largo mar, rebelde, informe,
De
vítimas famélico, sedento,
E
creio ouvir em cada seu lamento
Os
ruídos dum túmulo disforme.
Contudo,
num barquinho transparente,
No
seu dorso feroz vou blasonar,
Tufada
a vela e n’água quase assente,
E
ouvindo muito ao perto o seu bramar,
Eu
rindo, sem cuidados, simplesmente,
Escarro,
com desdém, no grande mar!
1874
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