sexta-feira, 27 de junho de 2014

365 dias com poesia, 27 de junho de 2014 -- MUNDO CÃO



MUNDO CÃO

Não me perguntem já não sei mais por que escrevo
no início era zelo pelo que pensava necessitava deixar
tudo registrado mesmo cansado nunca parei como parar
de se investigar? hoje já é um hábito a rotina todo dia me
ensina a continuar não posso não devo parar parar para
quê? Se continuo conversando comigo por essas linhas
me arrepio me rio me desconfio e fio as tramas da minha
história não há cansaço não há mormaço que me faça
deixar de escrevinhar e escrevo quase em apneia essa a
ideia de não respirar não gosto de dicionários não gosto
de rabiscado punk poemas na medida certa da minha
inquietação que é grande como dizem os músicos que não
sabem o tamanho da encrenca não entendem que minha
sina é muito maior do que uma simples canção cantá-la
é possível mas impreciso não preciso de orelhas nesse
mundo cão

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