terça-feira, 20 de maio de 2014

Michel Deguy, CARDIOGRAMA

O Sena era verde em seu braço
Para além da ponte Mirabeau sob
as colinas como uma respiração
A periferia nos aspirava
Queria tanto seria tão
bom que você pensasse em coisas boas
mas a coragem agora de
um coração como um prisioneiro furioso como um
( coração
extirpará do lírico o remorso de si!
A expansão do dia nos privou de dias
A vazante da noite dá às noites seus contornos
Oh meu amor paradoxal! Nos privávamos de poesia
Mas a coragem será a de privar o poema
do gosto de nada sobre o gosto de tudo

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