(...) Nossa época colocou a tônica no homem daqui, suscitando assim uma
impregnação demoníaca do homem e de todo seu mundo. A aparição dos
ditadores e de toda a miséria que eles trouxeram provém de que os homens
foram despojados de todo o sentido do além, pela visão curta de seres
que se acreditavam muito inteligentes. Assim o homem tornou-se presa do
inconsciente. Sua maior tarefa, porém, deveria ser tomar consciência
daquilo que, provido do inconsciente, urge e se impõe a ele, em vez de
ficar inconsciente ou de com ele se identificar. Porque nos dois casos
ele é infiel à sua vocação, que é criar consciência. À medida que somos
capazes de discernir, o único sentido da existência é acendermos a luz
nas trevas do ser puro e simples. Pode-se mesmo supor que, da mesma
forma que o inconsciente age sobre nós, o aumento de nossa consciência
tem, por sua vez, uma ação de ricochete sobre o inconsciente. (...)
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