tempos modernos
Seis
anos e alguns séculos de poesia...
Nos tempos modernos, os jovens artistas
plásticos -- animados por Warhol e Duchamp, entre outros – já sabem que mais
importante do que talento e técnica é ter motivo, o chamado conceito do trabalho.
Por isso, mesmo aos quarenta e oito anos, quando
comecei a pensar em pintar, vi que tinha o principal para fazer arte plástica: tinha
um motivo, que é a consciência da humanidade, ofertada a mim pela vida,
infelizmente, com a morte do meu irmão, aos trinta anos, em 22/07/1997.
Foi essa consciência extrema da morte e a
conseqüente necessidade de viver a vida, sem adiamentos, que me impulsionou a
escrever o poema Frederico, que logo virou música, e em breve dará nome a um quadro...
Bom, sem maiores delongas, com vocês o primeiro poema:
FREDERICO
Depois
que você partiu
Difícil
foi prosseguir
Mas
continuar é preciso
Como
é preciso amar
Como
é preciso ensinar uma criança a andar, falar, comer...
Como
é preciso aprender a caminhar
Sem
rumo e sem vontade.
Só.
Depois
que você partiu
Difícil
foi prosseguir
Nada
se mostrava
Interessante
era
Pensar
em você aqui
Junto
aos seus
Que
sempre te quiseram --
Querem,
por perto
Apesar
de quase sempre
Negar
a palavra
Do
afeto
Esquecida.
Lágrimas
vertidas
Enxugadas
em sangue e suor.
Sem
você tudo mudou
Todos
estamos
Condenados
a esperar
o
enlace final
que
a seu tempo chegará
Então
aprenderemos
Juntos
A
amar, caminhar, navegar....
Com
prumo e com coragem
Rumo
a você, meu irmão Frederico.
Niterói,
em 05/05/2008
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