sábado, 4 de junho de 2011

JOÃO RICARDO MODERNO, filósofo (2)

E continua: " Parafraseando Kant, diria que a poesia é um conhecimento sem conhecimento determinado. A poesia de Carlos Nejar é o melhor antídoto contra o tédio da poesia do conhecimento (poesia de ideias, não de ideias racionais). A obra poética de Carlos Nejar gera conhecimento, não sendo de conhecimento. É poesia erudita sem erudição. Sem o tédio dos inteligentes, dos cultos, mas, como diria Clarice Lispector a propósito dela e de Carlos Nejar, com a força dos "burros", como ela mesma filosoficamente definia. Cria cultura, mas não é de cultura. Vico, na Nova Ciência, afirmou que "a fantasia é tanto mais robusta quanto mais débil é o raciocínio". Não existe arte de raciocínio. O artista ao criar uma obra de arte deve fenomelógicamente e intencionalmente debilitar o discurso raciocinante e, simultaneamente, tornar a razão uma faculdade a serviço da fabulação criadora. A serviço da loucura artística, antídoto das loucuras patológicas e sociais.".

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