"CORPO
Nem velhice, nem mocidade.
Perdi a fé, o gosto da alegri.
E uma tristeza talvez somente minha
Tem trânsito na solidão do meu corpo.
Corpo por onde a amargura caminha,
Frágil, sem mistério e sem mulheres.
A ele tanto se lhe dá este como aquele fato.
Uma gravata contudo não lhe fica mal.
Põe-lhe um sorriso. Beija-lhe a boca.
A boca afinal tem suas utilidades.
Depois, olhe-o trotando solena pelas avenidas.
O corpo então dança: se tem farda é general,
Trapo é mendigo, oração é fechado.
E é num corpo desses que eu caminho emprestado.".
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