"POEMA ÀS TRÊS DA MANHÃ
Não há notícias do mundo. Todos
devem estar mortos. Lívidos. Ou quedos.
E em sossego tecem
os últimos segredos.
Tudo cai em repouso. Nada ouso.
E a solidão é esse peso enorme
sobre o mundo que dorme.
Meu corpo não me tem. E sou
aquele que restou, além,
na longa insônia em mim reinventada.
Sou a nudez que não se conformou
em ficar como está, desencantada.
Os mortos não falam:ressoam.
Como aves noturnas voam.
Ou em etéreas canoas passam.
E se embaçam.
(Oh, o silêncio!
O gesto dos que se descompassam.
Dos que se esperam em vão. Ou se espedaçam.)".
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