FIM DO PASSEIO
Vou perdido entre a gente. Não me guia
nenhum braço ou lanterna no caminho
onde a noite pousou ao sol do dia.
Para tamanha dor, ando sozinho.
Nenhuma claridade me alumia.
Nenhuma medicina cura a dor
que me punge e me fere, negro espinho
cravado para sempre no que resta
da vida em que vivi tamanho amor.
Uma luz se apagou após a festa
e neste escuro nem a morte assombra
o defunto que está desenterrado.
De mim mesmo me sinto despojado,
sombra errante que esconde a sua sombra
entre as sombras do chão desamparado.
Este é o fim do caminho. Nada resta.
E o próprio nada se dissolve como
a folha que apodrece na floresta.
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