CONSELHO A UM VELHO POETA
Foto, carta, nota
de jornal, diploma,
a sombra do pássaro
no chão do terraço,
mecha de cabelo?
Não guarde mais nada
que tudo é bagulho,
entulho de aterro.
Também se desfaça
do pronome incômodo,
da chave da porta,
do sol do farol,
do rato eletrônico.
Livre-se ainda
da borra do sonho
que suja o lençol.
Jogue tudo fora.
Tudo é nada e pó,
naufrágio e derrota,
no jogo da vida,
baralçho, baraljo!
comédia de erros,
e vai dissolver-se
após o enterro
qual pedra de gelo
ou gota de orvalho.
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