Ó casa vazia
em que mora o medo,
onde as portas rangem
como as feras na estepe,
onde a mesa espreita
do chão, angustiada,
onde se escondem, nos cantos,
sombras monstruosas...
Ó casa vazia,
casa de duplo fundo --
lembranças do passado,
quartos vazios --
riso, amor; palavras,
velas e encontros...
Que paredes brancas!
onde estão as nossas
sombras do passado?
onde se escondem o riso
e os gritos de dor?
Sob o assoalho?
Ó casa vazia,
sem uma viva alma.
Nada em seu vazio,
nada, a não ser
palavras ocas, raivosas,
olhares amortecidos,
e dois estranhos -- nós dois.
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