"Uma balada? sobre o ponto final?! a pílula que mata?!"
Bobocas!
já se esqueceram da bala que matou Púshkin?
Como através dos furos de uma clarineta, os ventos
assobiam pela cabeça esburacada de nossos melhores poetas.
Flecha a traspassar a baixeza e a violência,
a trajetória do sopro arremessa-se para a posteridade e,
de seu ponto final, jorram os começos.
Penetramos na terra como quem empurra as bandeiras da porta de uma
estação,
e o ponto final do túnel é negro como um cano de fuzil.
Onde desembocará? Na eternidade
ou no esquecimento?
Nem morte nem ponto final, só o caminho da bala existe,
trajetória nova de uma reta interminável.
Nossa frase nesta vida não tem ponto.
Ainda havemos de chegar à imortalidade --
e ponto final!
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