É terrível cair nas mãos dos estrangeiros -- frequentemente meditei sobre esta expressão e sua amarga verdade, e naqueles dias do colapso e da rendição isso me fez passar por grandes sofrimentos. pois, como homem alemão, e apesar de um matiz universalista, que minha concepção de mundo recebeu da tradição católica, nutro uma afeição viva pelas particularidades nacionais, pela vida própria, característica do país, pela sua ideia, por assim dizer, tal como se afirma numa faceta do humano, em confronto com outras manifestações diferentes, igualmente justificáveis, sem dúvida alguma. Isso pode ocorrer, havendo certa estima exterior e a proteção de um Estado íntegro. O que há de novo e pavorosos numa derrota militar decisiva é o aniquilamento da mencionada ideia, é a refutação física a partir de uma ideologia estrangeira, intrinsecamente associada a outro idioma, do qual, justamente por causa da sua índole alheia, nada de bom pode resultar para nossa própria essência.
Da outra vez, os franceses chegaram a conhecer tal experiência horrorosa, quando seus negociadores, a fim de suavizarem as condições do vencedor, atribuíam um valor muito alto à gloire da entrada de nossa tropas em Paris e o estadista alemão replicava que nem a palavra gloire nem algum equivalente dela existiam no nosso vocabulário.
Disso se falou com espanto e à surdina em 1870 na Câmara francesa, quando os deputados cheios de perplexidade procuravam entender o que significava depender da boa ou má vontade de um adversário que ignorasse o conceito de gloire...
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