domingo, 29 de dezembro de 2013

BRUNO TOLENTINO, O gnomo

Não necessito mais contradizer-me
minha alegria, me deixaste só
como a um gnomo emperdenido, inerte
entre o gradil e a névoa de ouro em pó

de mais um redundante, rococó,
fátuo cair-do-sol...Que mais dizer-te?
Que um vaga-lume ou outro mais solerte
vem visitar-me por engano ou dó?

Nada há mais a dizer, minha alegri...
Bem que eu gostava de brincar de roda,
mas fui virando estátua e noite e dia
vou te imitar aqui, sozinho, à moda
dos gnomos de pedra...Ah, quem diria,
há imitações que duram a vida toda!

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