António Maria Lisboa, com:
"POEMA
Para o Mário Cesariny
Moveu-se o automóvel --- mas não devia mover-se
não devia!
Ontem à meia-noite três relógios distintos bateram:
primeiro um, depois outro e outro:
o eco do primeiro, o eco do segundo, eu sou o eco do terceiro
Eu sou a terceira meia-noite dos dias que começam
Pregões de varina sem peixe
--- o peixe morreu ao sair da água
e assim já não é peixe
Assim como eu que vivo uma VIDA EXTREMA.".
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