quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Poetas Portugueses 7

Maria Alberta Menéres, no poema sem título do livro Água-memória:

"Parece igual a flor

mas já não é.

De corpo decepado, ainda a cabeça move

toda a graça!

Só amanhã secará.

Aguentasse um dia a nossa esperança,

um dia apenas de cabeça viva

e corpo decepado,

aguentássemos nós a vida em nossos olhos

depois do corpo morto,

e em nós começaria a eternidade.

mas a seiva que ilude a bela flor

é mais forte que o sangue verdadeiro."

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