terça-feira, 2 de julho de 2013

Drummond e Eu


Drummond e Eu

Dilma tem o azar do bom aluno que não passa no vestibular
Quando Chavez tornou Lula um estadista
Ella achou que haveria facilidade na administração do país com os conselhos do mestre
Relaxou, viajou e criticou a gestão da Alemanha (?!)
Estava se achando
Esqueceu-se que a responsabilidade por tocar a padaria era dela
Que nunca havia botado a mão na massa
(Sim, porque ser meio que chefe de gabinete do mestre é ser uma secretária melhorada...ou piorada)
Inclusive, já devia estar pensando na reeleição
(defeito grave da democracia)
Enquanto sonhava com mais quatro anos de poder
Deixava escorrer pelas mãos
A inventada competência administrativa
Tão decantada pelo mestre e tão aceita por nós eleitores
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,

seu terno de vidro, sua incoerência,
seu ódio - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, pra onde?

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