A crise da presidente Dilma Roussef expõe os limites da teoria do poste.(...)
Nenhum poste gosta de ser chamado de poste, e a cortesia manda que os fazedores de postes (Lula) não os chamem pelo desprestigioso apelido. (...)
No caso da presente crise da presidente -- porque a crise que começou nas ruas evoluiu, sim, para uma crise da presidente --, os efeitos perversos da eleição de um poste (Dilma) revelam-se nas seguintes evidências:
1 O governo está sem rumo.
A desconhecida Dilma foi-nos apresentada como "gerentona". Hoje é a gerenre que não gerencia uma equipe balofa e incoerente.
Não há nem articulação nem comunicação que funcionem se a outra ponta não funciona. A outra ponta é o gabinete presidencial.
2 Desaba o respeito ao governo. As vaias são o de menos.
Ao vácuo de liderança sucede-se a balbúrdia no Congresso.
O desrespeito à presidente propicia a abertua da temporada de caça ao Erário.
3 O poste foi feito refém.
Dilma já se entregou ao obrigatório ritual de encontrar-se com Lula.
Tem-se uma presidente obrigada à reverência de uma instância superior. O resultado é a perda da reverência que deveria inspirar.
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